sábado, 4 de julho de 2009

8 - Definição das novas tecnologias:

Acrilico Reciclado:

A reciclagem de chapas acrílicas fundidas ou cast é um processo praticado em todo mundo, porém, pelas suas características, envolve um certo grau de complexidade. Diferente de outros plásticos, processados pelo processo de extrusão, as chapas acrílicas cast, pelo seu elevado peso molecular - importante para obtenção de excelentes características de resistência química, a intempéries e fácil processamento - não podem ser recicladas desta maneira. Para proceder a reciclagem de chapas acrílicas cast se deve utilizar o processo conhecido como “cracking”, ou seja, quebrar a molécula do plástico - Polimetacrilato de Metila, regenerando a matéria-prima que lhe deu origem: o Metacrilato de Metila.
O processo de reciclagem envolve as seguintes etapas:
1. Coleta do material: Existe no Brasil um intenso comércio envolvendo a sucata das chapas acrílicas cast. O material tem preço de mercado entre USD 1,000.00 e USD 1,500.00 por tonelada.
2. O material coletado pode ter dois destinos diferentes:
- Exportação: Unidades de reciclagem situadas em diversos países, tais como Índia, México, China, etc., pois os produtores destes locais procuram obter sucata nos mais diferentes locais do mundo;
- Recicladores no país: Existem diversas empresas no país que reciclam sucata de chapas acrílicas cast. Infelizmente produzem chapas recicladas de baixa qualidade, devido a defasagem tecnológica dos processos aplicados no Brasil.
3. Processo de reciclagem da sucata das chapas consiste em:
a. Limpeza e moagem: A sucata é limpa de materiais estranhos, deixando apenas o acrílico. Após isto, se faz a moagem do material;
b. Craqueamento: Na primeira etapa a sucata é aquecida a temperaturas acima de 410 graus centígrados. A esta temperatura, a molécula do Polimetacrilato é quebrada, dando lugar a moléculas do monômero original, o Metacrilato de Metila. Neste processo acontece ainda a formação de diversos sub-produtos, fruto de reações secundárias de quebra de moléculas de aditivos, bem como quebra indesejada da molécula do Metacrilato de Metila em moléculas menores;
c. Lavagem: O monômero cru formado no craqueamento deve passar por um processo de purificação. Na primeira etapa, deve ser lavado com água para eliminação de contaminantes solúveis em água, tais como metanol e acetona, entre outros. A lavagem é feita ainda com uma solução alcalina, para neutralização de ácidos formados como sub-produto indesejado no processo de craqueamento.
d. Decantação: A mistura do monômero cru com a solução alcalina passa por um processo de decantação. Neste processo se separa a fase aquosa da fase orgânica. A fase aquosa é encaminhada para tratamento e a fase orgânica para a etapa seguinte de purificação.
e. Remoção de contaminantes leves: Após a lavagem o monômero é alimentado a uma primeira coluna de destilação para remoção das impurezas de ponto de ebulição menor que o Metacrilato de Metila. Estes contaminantes são basicamente água e produtos solúveis em água, que não podem ser totalmente removidos por decantação. O topo desta coluna retorna para o processo de lavagem.
f. Remoção dos contaminantes pesados – Na segunda coluna de destilação o Metacrilato de Metila purificado até 99.5% sai no topo, e no fundo da coluna saem os resíduos mais pesados, entre os quais o coque formado no craqueamento. O fundo da coluna deve ser encaminhado a uma unidade de incineração, podendo ser utilizado como fonte de energia.
Final: O Metacrilato de Metila purificado a 99.5% é reutilizado na fabricação de chapas acrílicas ou outros derivados do produto. A matéria relaciona acima foi elaborada pelo eng. químico Eduardo Mendonça de Assis Baptista (CRQ 07300127 – 7ª Região).

PET reciclado:

RECUPERAÇÃO: Nesta fase, as embalagens que seriam atiradas no lixo comum ganham o status de matéria-prima, o que de fato, são. As embalagens recuperadas serão separadas por cor e prensadas. A separação por cor é necessária para que os produtos que resultarão do processo tenham uniformidade de cor, facilitando assim, sua aplicação no mercado. A prensagem, por outro lado, é importante para que o transporte das embalagens seja viabilizado. Como já sabemos, o PET é muito leve. Veja na página InformaPET os detalhes técnicos dessa fase.

REVALORIZAÇÃO: As garrafas são moídas, ganhando valor no mercado. O produto que resulta desta fase é o floco da garrafa. Pode ser produzido de maneiras diferentes e, os flocos mais refinados, podem ser utilizados diretamente como matéria-prima para a fabricação dos diversos produtos que o PET reciclado dá origem na etapa de transformação. No entanto, há possibilidade de valorizar ainda mais o produto, produzindo os grãos de PET reciclado. Desta forma o produto fica muito mais condensado, otimizando o transporte e o desempenho na transformação.

TRANSFORMAÇÃO: Fase em que os flocos, ou o granulado, será transformado num novo produto, fechando o ciclo. Os transformadores utilizam PET reciclado para fabricação de diversos produtos, inclusive novas garrafas para produtos não alimentícios.

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